16 novembro 2009

SEM POLITICAISMOS

"Já são histórias a mais..."


Dos políticos sou descrente
Nem os quero ouvir falar
Este rouba, aquele mente
Em quem posso acreditar?


Más noticias nos jornais
Sucedem-se a cada dia
Já são histórias a mais
Assim a gente desconfia!


Para a verdade esconder
Mostram-se muito ofendidos
Dizendo e mandando dizer
Que estão a ser perseguidos!


Mas no fim das contas, a final
Como isto acaba já sabemos
Nada se paga em Portugal
Com esta justiça que temos!

02 setembro 2009

POLITICAISMOS III

"Um respigo e não só ..."

EM TEMPO DE ILUSÕES
UMA CERTEZA PORÉM
AOS RICOS ELES DÃO MILHÕES
AOS POBRES UM PASSA BEM!


NAS PRAÇAS, FEIRAS E MERCADOS
MAS QUE SIMPÁTICOS ELES SÃO
VÃO DANDO POR TODOS OS LADOS
ABRAÇOS E APERTOS DE MÃO!


MAS QUE BELO CANDIDATO
QUE SIMPÁTICO QUE ELE É
NA PROCURA DO MANDATO
DEIXA O CARRO E VAI A PÉ!


AGORA SÃO ARRUADAS
E MESMO QUE SEJAM BANAIS
NA AGENDA SÃO MARCADAS
P'RA NOTICIA NOS JORNAIS!

02 agosto 2009

HISTORIAS DE GUERRA VIII

"Bassarel"


Chegaram os “piras”!
Chegaram os periquitos!
Eram os gritos de alegria, dos guerreiros que nos aguardavam em Bassarel.
A “velhice” vai para a “peluda”, os periquitos ficam!
E ficámos!
Eles partiram eufóricos, em direcção a Teixeira Pinto, juntando-se ao seu Batalhão, numa coluna que os levaria até Bissau e daí para casa.

Nós por cá continuaríamos por mais onze meses recheados de episódios, acidentes e incidentes de guerra.

Bassarel, era um pequeno aldeamento, constituído por um aglomerado de “Tabancas”, casas muito rudimentares, situado entre Teixeira Pinto e “Calequisse”.
Um poço de água salobra, com uma bomba manual que servia igualmente a população civil e os militares, situava-se a pouca distancia da porta de armas, assim como, um posto de saúde publica, o qual era unicamente operado pelo nosso guerreiro enfermeiro furriel Mendes. Tudo fora do aquartelamento.

Num espaço desmatado e plano situava-se o aquartelamento, idêntico a muitos outros na Guiné, a sua configuração era a de um quadrado, limitado por duas vedações de arame farpado.
A cada um dos seus quatro cantos, instalações para um Grupo de Combate, ao centro funcionavam o Comando e os serviços da Companhia, tais como secretaria, radiocomunicações, enfermaria, bar, oficina de armamento, oficina de mecânica, armazém de víveres e respectiva cozinha.
Escavado no solo, praticamente invisível estava o paiol, onde eram armazenadas as munições.
A iluminação, era fornecida por um gerador eléctrico situado próximo da porta de armas, entre os dois arames.

Como protecção existiam em frente ás saídas de todas as instalações, muros construídos com bidões de chapa cheios de areia. Também em cada um dos quatro cantos existiam os postos de vigia construídos igualmente com bidões e areia. A completar este esquema de segurança existiam valas escavadas na terra circundando as instalações dos grupos de combate até aos postos de vigia que ofereciam alguma protecção.

Junto à porta de armas, o mastro onde hasteávamos diariamente a Bandeira Nacional.

Tudo parecendo um pouco improvisado mas que na prática funcionava.

28 junho 2009

POLITICAISMOS II

"E não só! ..."


Só é politico capaz
Quem sabe assim prometer
Dizendo logo se faz
Ou então, vamos fazer!


Tudo a todos prometer
Para ganhar a eleição
Ao Povo não custa encher
A barriga de ilusão!


Agora é o centro de dia
E também o museu rural
Vão prometer qualquer dia
A Sé ou uma Catedral!


Mas tal como as coisas estão
Oiçam bem o que eu vos digo
P'ra quem ganhar esta eleição
Não é vitória, é castigo!

13 junho 2009

VERSOS POR ENCOMENDA

"Quem não gostar paciência..."


FAÇO VERSOS POR ENCOMENDA
QUE DOU ÁS VEZES COMO PRENDA
A QUEM OS VEM ENCOMENDAR,
E SEMPRE FICO MUITO FELIZ
SE OS VERSOS QUE EU ASSIM FIZ
POSSAM A ALGUÉM AGRADAR!


OS VERSOS QUE EU PROPONHO
A QUEM OS VEM ENCOMENDAR
NÃO SÃO MAIS QUE DAR UM SONHO
A QUEM NÃO CONSEGUE SONHAR!


NOVO EU JÁ NÃO SOU
JÁ PERDI A INOCÊNCIA
AGORA SOU COMO SOU
QUEM NÃO GOSTAR PACIÊNCIA!

17 maio 2009

SONHO

"Sonhava ... Possui-la!"

Costumava admirá-la de longe.
Vê-la passar rápida, segura, imponente, era para mim, momento inesquecível de prazer
A sua beleza fascinava-me!
Sonhava conhecê-la melhor, tocar-lhe, acariciá-la. Possui-la!
A sua imagem não me saía do pensamento.
Constantemente imaginava como seria bom passearmos juntos, percorrer as velhas e novas estradas, por montes, vales, planícies, correr junto ás praias.
Ir juntos para o trabalho, regressar a casa. O descanso, o recomeçar de um novo dia, o fim-de-semana, repetindo incansavelmente cada segundo, minuto, hora, dia que passássemos juntos.
Ontem inesperadamente ei-la mesmo á minha frente. A pouco mais de vinte metros. Parada, parecia estar á minha espera.
O meu coração acelerou, disfarçando a ansiedade, caminhei nervoso na sua direcção.
Em poucos segundos cheguei junto dela.
Com um terno olhar percorri todo o seu belo corpo, queria apertá-la entre os meus joelhos, debruçar-me suavemente sobre ela, sentir-lhe o palpitar, o cheiro, o calor!
Não escutava o que diziam os que como eu a admiravam porque me pareciam desnecessários todos os comentários á sua beleza.
Só queria partir com ela daquele local o mais rápido possível. Agora tinha a certeza, ela seria minha!
Atabalhoado pus o capacete protector e coloquei-a entre as minhas pernas. Toquei levemente num dos seus botões e logo senti o palpitar do seu coração!
Alguém me disse, basta acelerar que destranca automático a suspensão.
Foi o que fiz!
Partimos!
De início de forma suave mas depressa quis experimentar outra velocidade e acelerei! Ela obedeceu aumentando a velocidade.
Que delicia que prazer, não há nada semelhante a este sentimento de liberdade!
Ali estava eu pilotando a minha nova Piagio.
Pareciam eternizar-se estes momentos mas subitamente algo me faz despertar!
E o sonho terminou …
Teimosamente continuei de olhos fechados, tentando regressar àquele sonho, mas já não o consegui …
Mantive no entanto, por largo tempo, o sorriso de felicidade que iluminava o meu ensonado rosto…

09 abril 2009

POLITICAISMOS

"... declaro-me não candidato!!!"
O blogue "A Defesa de Faro" respigou há dias uma publicação de "APC Gorjeios" com o titulo "Macairices" que mereceu imensos comentários dos vários leitores.
Todos os comentaristas são declaradamente pessoas interessadas apenas no bem estar e progresso da sua cidade, colocando de parte de forma altruistica e abnegada os seus particulares interesses.
Daí que eu, confesso, não me conseguindo livrar dos meus pequenos e comodezinhos interesses não me atrevo sequer, a colocar um comentário naquela relevante lista.
Já agora aqui ficam alguns dos meus quase inconfessáveis interesses que trocarei pelo democrático voto (***)

Naturalmente que tenho outros que não se podem dizer, muito menos escrever aqui.

Embora "Farense de gema" (ainda ninguém me perguntou, talvez até nunca me venham a perguntar, mas ficam já a saber...), declaro-me "não candidato"!!!

Tomem!

Não digo quem quiser que compre, porque estou a dar! Sei que não tem qualquer valor mas dou na mesma!
Até ás eleições, muitas publicações e respectivos comentários sobre o assunto, passarão n' A Defesa de Faro e noutros farenses blogues.

No final alguém será eleito e tirará ou não pleno proveito, dessa eleição.

Quanto a nós democráticos eleitores continuaremos eternamente á procura de eleger um sonhado "salvador" que um dia, qual Messias, nos tirará deste marasmo de progressos e reversos.

(***)- Devido á sua extensão, a lista não será publicada !!!

03 março 2009

HISTORIAS PARA BOI DORMIR



Assisti há dias, na Casa do Povo de Estoi, a uma apresentação do livro “ Histórias Para Boi Dormir” da autoria do Dr. Valério Bexiga, editado pela Gente Singular Editora.

Conhecendo o Dr. Valério Bexiga há muitos anos, foi com natural curiosidade que também há muito tempo li o seu primeiro livro “O Juiz e os Fariseus”.

O sabor da sua prosa voltou a encantar-me lendo “Cabra que Pula a Vinha…”.

Agora nas “Histórias Para Boi Dormir” o autor volta a conduzir-me através de um quase histórico museu de quadros pintados no imaginário da sua particular prosa.

As tais histórias, com que pretende adormecer os acordados animais são:
-Vale mais uma boa ideia do que a arca cheia
-Mudam-se os tempos, mudam-se os pensamentos
-Quem tem mulher bonita e castelo na fronteira, nunca lhe falta canseira
-A navio roto todos os ventos são contrários
-Em caça, pesca e guerra … Mentiras no mar e em terra
-De noite todos os burros são pardos
-O dinheiro é coisa bela para quem se goza dela
-Quem porfia mata caça
-A terra é de quem a ganha e o Céu de quem o compra
-Quando um pobre sonha, o diabo espreita
-Quem serve o altar dele há-de passar

Não sei se conseguirá o pretendido, mas convenceu-me a levar o livro tendo eu em contrapartida recebido um dedicado autografo que assim agradeço:

Doutor Valério obrigado
Por neste livro ter dedicado
Um autografo á minha pessoa
Vou guardá-lo com todo o prazer
E decerto que também irei ter
Uma leitura bela e boa!

27 janeiro 2009

POESIA

A poesia só se faz
Quando a inspiração vem
Mas é preciso ser capaz
De ter inspiração também!


Rimo por isto e aquilo
E gosto de prosa rimada
Na rima sinto-me tranquilo
Digo tudo sem dizer nada!


É uma vida sem descanso
A vida de qualquer poeta
Ela é como um rimanço
Que ele nunca completa!

09 janeiro 2009

CHAROLAS E AS VIVAS

A propósito de Charolas deixo aqui algumas rimas que fiz no inicio deste ano, em resposta a outras que ouvi …

Ao Dr. Valério Bexiga que em certa altura afirmou na Casa do Povo de Estoi que as Charolas da Conceição e de Marim ao apresentar no reportório um Paso Doble, estavam a tocar música de tourada.

Não alimentando confusões
Digo ao Dr. Valério também
Que em matéria de Tradições
Cada um guarda as que tem!


Ao amigo Custodio Reis que ao iniciar o Canto Novo afirmou que novo é sempre novo

Novo é sempre novo
Diz o Custodio amigo
O natural é que o novo
Com o tempo se faz antigo!


Ao amigo José Filipe (Barriga) que afirmou que eu era "Barriga" também.

Meu avô era Barriga
Meu pai Barriga é
Mas para gente amiga
Eu atendo só por Zé!


Outra vez ao amigo José Filipe que ao tentar improvisar não atinou com a rima

José Filipe amigo
O que se passa contigo
Que não conseguiste rimar
Foi inspiração que faltou
Ou foi algo que se passou
Que te deixou a gaguejar?


Ao amigo João Faustino que me pediu para fazer uma das minhas

Estudadas, pensadas
Ás vezes mal ensaiadas
Mas ditas do coração
E se isto não lhes bastar
Tenho rimas até pra dar
Em qualquer ocasião!


Ás Charolas de Bordeira que se recusam orgulhosamente a cantar ao Menino, mas que inexplicavelmente comemoram em festa, o “Dia de Reis”.

Em Bordeira no dia seis
É feriado já se vê
Mas se não celebram os Reis
Então comemoram o quê?


Ainda ás Charolas de Santa Bárbara de Nexe e Bordeira que na Valsa das Vivas, dizem tudo menos vivas, utilizando os seus versos para criticar tudo e todos.

Com amizade verdadeira
Espero que não levem a mal
Mas estas vivas de Bordeira
Parecem quadras de Carnaval!

E agora vou terminar
Porque não quero chatear
É a última rima que faço
Desculpem a brincadeira
Aos amigos de Bordeira
Deixo aqui um forte abraço!