21 outubro 2007

FUTEBOLISMO

"Já não o vejo na tv. Raras vezes vou ao estádio."

Aqui estão mais uma vez, dois bons desconhecidos amigos, o Eduardo Graça (Defesa de Faro) e José Neves (APC- Gorjeios) a prosear sobre ver e sentir o futebol, deliciando-me com as suas prosas, na forma particular que cada um tem de fazer “futebolismo”.

Um, amando-o, apresenta uma prosa, idílica quase poética! Fala de resistência, de pequenos clubes, de amadorismo, de convívio, de prazer do jogo…

O outro, fala de mercantilismo, escravatura, perda de honra, paixões suburbanas … numa prosa onde se nota menor amor, quiçá desamor.

Eu por mim falo de competitivismo “feroz”, quase guerra, entre as pessoas, os clubes, as aldeias, as cidades e os países.

Esta competição que se vai incutindo na nossa vivência faz com que tudo dependa de quantas vezes uma simples bola entra na baliza adversária e não na nossa!

Passamos inexplicavelmente ou não, da alegria incontida, a uma tristeza sem par!

Ser campeões é a almejada meta!

O segundo lugar é o primeiro dos derrotados!

Quanto a mim o que realmente estraga o prazer do jogo, é o competitivismo exacerbado que faz com que até no mais puro amadorismo, não se faça o jogo pelo jogo, mas recorra-se constantemente a factores estranhos, como seja, a corrupção, o aliciamento, o favorecimento, etc., adulterando o jogo, os seus regulamentos e a forma de agir dos seus intervenientes.

Dando-me razões para desconfiar, desencanta, desilude e desmobiliza-me.

Já não o vejo na TV. Raras vezes vou ao estádio. Enfada-me.

Mas no fim de tudo isto, volta a paixão!

O clubismo, doença incurável, faz despertar o (im)puro interesse não pelo jogo mas pelo seu resultado!

Renasce o adepto! Incondicional!

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