21 julho 2007

HISTORIAS DE GUERRA V


" A bordo do navio NIASSA"

Alguns dias em Évora a tratar de problemas administrativos da sua nova Companhia e eis que o guerreiro do sul regressa por breves instantes a casa, para as despedidas da família porque no dia seguinte embarcava para a Guiné-Bissau e se tudo corresse dentro da normalidade seriam dois anos até poder regressar.

Ostentava nos ombros, as recém recebidas divisas de Furriel Miliciano.

Contendo a custo a emoção despediu-se do seu pai que o tinha acompanhado á estação dos caminhos de ferro, de Faro, com um forte abraço e um aperto de mão. Enquanto entrava apressadamente no comboio que o levaria até Évora ainda escutou de seu pai, um emocionado "Boa Sorte". E bem precisava dela.

A viagem de Évora para o cais de Alcântara em Lisboa fez-se lentamente em coluna militar.

Chegados ao cais, uma prolongada formatura perante muitos familiares que choravam a partida dos seus guerreiros, com muitos abraços, beijos, choros, gritos e até desmaios.

O guerreiro do sul não tendo ninguém no cais para se despedir assim que pode foge ás dolorosas cenas e sobe para bordo do navio refugiando-se no seu interior.

Deitado no beliche que iria ser a sua cama durante alguns dias adormece. Acorda horas depois ao som de um gongo e de alguém anunciando que o jantar iria ser servido.

Enquanto dormia o navio tinha abandonado o cais, saído á barra, entrando no mar alto, ultrapassadas as Canárias dirigia-se para África. Era noite cerrada e ele tinha perdido todo o espectáculo(?) da saída da barra e da passagem ao largo das ilhas Canárias.

Bom agora ali estava o guerreiro do sul a bordo de um grande navio, pronto para primeira refeição a bordo. A sala era confortável e a comida boa. Foram servidos dois pratos principais, um de carne e outro de peixe, tudo acompanhado de um bom vinho. Serviam também uma sopa ou creme. O café e o digestivo eram servidos no bar.
Estava-se bem a bordo do Niassa não acham? Á noite após os cafés e bebidas habituais o bar transformava-se numa sala de Bingo e tínhamos musica ao piano!
Enfim o barco funcionava normalmente como se estivesse num cruzeiro!
Bom mas nem tudo eram rosas porque isto era apenas para os "graduados", a "tropa macaca" comia numa sala no porão e a comida embora boa não tinha todas as mordomias atrás anunciadas. Também não tinham acesso ao Bar.

Á mesa alguns camaradas guerreiros não aguentavam o enjoo saiam a correr da sala lançando "borda fora" tudo o que tinham ingerido. Curiosamente o guerreiro do sul que até enjoava no autocarro de Faro para Tavira, não teve qualquer problema com o mar e saboreou gostosamente todas as refeições a bordo.

Dada a sua boa relação com mar o guerreiro do sul sempre tomou todas as refeições incluindo os excelentes pequenos almoços. A propósito dos pequenos almoços tenho esta pequena história para contar.

Uma manhã estava na mesa dos Sargentos Neves e Baixa que sempre comiam alegremente umas belas sandes de carne assada bebendo umas grandes chávenas.

Assim, quando lhe foi perguntado o que queria comer, o guerreiro do sul ingenuamente pediu o mesmo que os dois sargentos. Resultado, com um sorriso de cumplicidade recebeu duas magníficas sandes de carne e uma bela chávena de um excelente vinho tinto o que desde esse dia, á semelhança dos sargentos passou também a ser o seu pequeno(?) almoço a bordo.
Agora, entendia e concordava com a boa disposição dos sargentos logo pela manhã. Aliás e como Vago mestre aprendeu também que as cafeteiras não se fizeram só para o café, também podem conter outros igualmente belos e apaladados líquidos.

A viagem que durou mais ou menos uma semana foi feita igualmente por dois ou três pássaros que poisados num dos mastros do navio nos acompanharam até fundearmos em frente ao porto de Bissau aguardando a ordem para atracar.

Ainda a bordo fomos autorizados a enviar um telegrama para a família a comunicar que todos havíamos chegado bem, com beijos, abraços e muitas saudades.

Mal desembarcámos fomos levados para o Cumerée que fica a poucos quilómetros de Bissau. Na viagem o guerreiro do sul pasma-se pela inesperada paisagem humana que se lhe depara. Segundo a sua avaliação na época era de extrema pobreza! Sem mais palavras!

A partir daqui iriam começar novos episódios de guerra que um dia contarei.

Até lá.

Bom dia camaradas guerreiros!

14 julho 2007

O MEU PARENTE JOAQUIM

(Ao meu parente Joaquim dos Santos que sempre que me encontra tenta recitar um dos seus versos mas não atina com a rima)

"A rima que lhe faltou..."

O MEU PARENTE JOAQUIM
CHEGOU AO PÉ DE MIM
PARA UM VERSO SEU RECITAR
A COISA ATÉ LEVAVA GEITO
O VERSO SAIU TÃO PERFEITO
QUE SÓ FALTAVA RIMAR

NÃO RIMA MAS É VERDADE
ELE FALA COM SAUDADE
DO TEMPO VELHO, ANTIGO
E SEMPRE LHE QUERO DIZER
QUE GOSTO MUITO DE O TER
COMO PARENTE E AMIGO

QUE NÃO FIQUE ELE CHATEADO
POIS COMO DIZ O VELHO DITADO
QUEM PORFIA MATA CAÇA
E SE NÃO FÔR OUTRA SUA RAZÃO
ESTIMULA A IMAGINAÇÃO
POR MENOS RIMA QUE FAÇA!

E SEM O QUERER OFENDER
NEM QUERER AQUI PARECER
MAIS DO QUE AQUILO QUE SOU
DIGO-LHE PARA CONTINUAR
UM DIA HÁ-DE ENCONTRAR
A RIMA QUE LHE FALTOU!

07 julho 2007

CIDADE DE FARO

"Faro tens encantos tais..."

FARO, ÉS A CAPITAL
AO SUL DE PORTUGAL
QUE ENCANTA QUALQUER UM
ÉS DO TEMPO DOS MOUROS
QUE FORAM TEUS FUNDADORES
E TE CHAMARAM HARUN

OH MINHA CIDADE DE FARO
TU ÉS ALGO DE MUITO RARO
QUE TRAGO NO CORAÇÃO
AQUI NASCI E VIVI
SEMPRE PERTINHO DE TI
TU ÉS A MINHA PAIXÃO!

FARO TENS ENCANTOS TAIS
COMO O JARDIM DOS PARDAIS
NESTE BELO ENTARDECER!
TENS RIA, PRAIA E MAR
TENS MUITA COISA A MOSTRAR
A QUEM TE QUIZER CONHECER!